Por Rogério Santana
As mulheres brasileiras provaram que o sexo feminino de frágil não tem nada. Pela primeira vez na história olímpica brasileira uma mulher conquistou uma medalha em esporte individual. Coube a judoca Ketleyn Quadros abrir as portas do pódio para que suas compatriotas fizessem estragos nas Olimpíadas de Pequim, na China.
Após o brilhante resultado do judô foi a vez da dupla Isabel Swan e Fernanda Oliveira conquistarem a primeira insígnia para a vela feminina do Brasil. O esporte que mais contribui para o esporte olímpico nacional com 16 medalhas viu nas águas de Qingdao a estréia das mulheres verde-amarelas no pódio do iatismo.
A derrota para as americanas no futebol, pode ter sido o maior sofrimento da delegação feminina brasileira nos Jogos. O time de Marta, Cristiane e Cia. tinha tudo para sair da China como campeã olímpica, mas como no esporte é preciso saber vencer e perder, as meninas do futebol mostraram que para chegar à final é preciso garra e coragem, sentimentos que muitas vezes os homens não demonstraram.
Mas após três medalhas bronzeadas, chegou o auge e ele não poderia ter escolhido uma pessoa melhor para representar a garra da mulher brasileira. Maurren Higa Maggi, depois de dois anos suspensa acusada de doping, a atleta de São Carlos voltou à pista e marcou um feito para o esporte feminino brasileiro. Com sua medalha de ouro no salto em distância, Maurren tornou-se a primeira mulher do Brasil a vencer uma prova individual em uma competição olímpica.
Para coroar a participação feminina de nossas atletas em Pequim, no penúltimo dia de competições, a campeã mundial de taekwondo Natalia Falavigna conquistou o oitavo bronze brasileiro na China.
Após uma semifinal conturbada e a decisão dos juízes, que levou a coreana naturalizada norueguesa, Nina Solheim à final, Natalia mostrou a força das brasileiras e conquistou o bronze ao vencer o combate contra a sueca Karolina Kedzierska.
Mas, o melhor ainda estava por vir. Sem medo de comparações a melhor seleção brasileira feminina de vôlei, chegou à final contra as americanas, credenciadas como favoritas, afinal não haviam perdido um set sequer em sete partidas disputadas.
Porém do outro lado da quadra estava a seleção americana conhecida por sua garra e determinação. Mas, não teve quem segurasse Sheila, Mari, Fabiana, Fabi, Walewska, Fofão e Cia. Com maestria as brasileiras deram um show e após quatro Olimpíadas parando na semifinal, o Brasil venceu por 3 sets a 1 e consagrou-se campeão olímpico de voleibol.
Seria injusto se falássemos da participação feminina nos jogos lembrando apenas das medalhistas, não podemos jamais esquecer da grande Edinanci Silva. Em sua quarta Olimpíada a judoca chegou bem perto de medalhar, mas bateu na trave ficando em quarto lugar.
A mesma posição das valentes Renata e Talita, do vôlei de praia, que enfrentaram nas semifinais, simplesmente as bicampeãs olímpicas e super-favoritas, as norte-americanas Walsh e May. Mesmo com muita garra as brasileiras perderam a medalha de bronze para a dupla chinesa Xue e Zhang Xi, mas não perderam a esperança de voltar a uma Olimpíada em Londres – 2012.
Provando que não estavam de brincadeira em Pequim, as atletas do revezamento 4X100, uma das provas mais nobres do atletismo, foram surpreendentes e chegaram bem próximo à medalha, um quarto lugar com valor de pódio.
As Olimpíadas de Pequim vão deixar inúmeros ídolos como o fantástico Michael Phelps e suas oito medalhas de ouro, mas parabéns as mulheres brasileiras que mostraram do outro lado do mundo a força de guerreiras que são. E parabéns ao povo brasileiro que pode se orgulhar de ter como compatriotas mulheres que fizeram história.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Sexo frágil. Quem foi que disse?
Postado por Roda de Amigos às 17:40
Marcadores: brasileiras, esporte, olimpíadas
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